Teoria das Restrições

A META

TEORIA DAS RESTRIÇÕES

Em outubro de 1991, fui chamado para uma entrevista com o Diretor Industrial de uma grande empresa com atuação também no segmento têxtil, à noite, em uma cidade há 80 km de São Paulo, pois a conversa era confidencial, não podendo ser sequer no escritório de São Paulo.

A sabatina foi sobre técnicas de fabricação específicas e sobre administração de processos e pessoas. Percebi a inclinação dele pela minha candidatura, e fiz-lhe uma pergunta: Qual o principal objetivo de minha contratação? A resposta veio rápida: LUCRO.

Explicou rapidamente que a empresa tinha colocado ações na bolsa e vinha de sucessivos anos de prejuízo e que, o setor de confecção, berço da empresa, foi sentenciado pelo conselho a ser desativado ao final de 1993. A mim caberia remediar esta decisão, pois os sócios fundadores não desejavam isso, segmento que os tinha trazido até o momento presente.

Elogiou meus conhecimentos e sugeriu que os completasse, lendo um livro sobre administração: A META.

No dia seguinte, já em São Paulo, percorri livrarias em busca do livro. Deu trabalho, mas consegui. Devorei. E quanto mais lia, mais achava que muitas práticas eu já fazia, de forma intuitiva ou adaptadas de práticas obtidas nos livros de Akio Morita, Lee Iacocca e Ricardo Semler.

A analista de RH da empresa me ligou, acertamos detalhes administrativos e de estadia na cidade e na madrugada de 04 de novembro estava viajando para meu primeiro dia de trabalho.  A parte da manhã foi consumida com apresentações e integração. Almocei com meu novo diretor industrial no refeitório da empresa e discorremos sobre episódios do livro a meta. Voltando a minha nova sala, chamei a encarregada de informações sobre pedidos e perguntei quais eram os indicadores disponíveis. Recebi evasivas e a informação de que o principal era o MKT, abreviatura de marketing, que fechou outubro com 73%, quer dizer, a entrega de pedidos foi só de 73% da carteira do mês. Perguntei como começara novembro já que dia 1º tinha sido sexta feira, a resposta foi pior: zero, pois até quarta feira ainda estaremos despachando pedidos faturados sem a mercadoria; ah, disse ela, e o saldo não entregue, não aparece em nenhum indicador. E as surpresas continuaram. Havia pedidos com entrega atrasada de agosto, quatro meses de atraso. Parei e refleti: O que Alex Rogo faria?

Pedi uma reunião com meu diretor, que confessou desconhecer essa prática e sugeriu uma reunião com o diretor e o gerente comercial para o dia seguinte, na fábrica. Continuei a me inteirar girando pelos departamentos e vendo inclusive barbaridades técnicas sendo cometidas, por ordem de meu antecessor que preferi manter até conhecer todos os detalhes. O dia foi exaustivo e depois das 18 horas ainda fiz uma reunião com os encarregados das duas malharias incluindo o do turno da noite. Cheguei ao hotel pelas 20 horas. Colegas da empresa e alguns hóspedes tinham organizado uma recepção de boas-vindas, da qual abdiquei após agradecer, pois estava exausto. Nem jantei. Tomei um banho e dormi.

Cheguei cedo na empresa e estranhei o carrão estacionado em frente o pavilhão da costura onde ficava minha sala. Mais surpreso ainda fiquei ao encontrar o diretor superintendente (um dos sócios fundadores) sentado em frente à minha mesa. Já estava a par das notícias levadas pelo diretor industrial e da reunião que teríamos logo mais. Veio apoiar minha decisão de chamar o comercial e perguntar se tive tempo de conhecer os problemas da fabricação de tecidos, área de grande conhecimento dele como engenheiro têxtil de formação. Mencionei a reunião da noite anterior com eles o que o deixou entusiasmado. Colocou-se a disposição para discutir técnicas e mudanças que desejasse fazer.

A reunião iniciou pontualmente as 8 horas e após as formalidades pedi para trazer a funcionária que me municiara com as informações e percebi um ligeiro estremecimento do gerente comercial quando seu diretor aquiesceu. Ela apresentou uma lista dos pedidos atrasados por mês, desde agosto com suas respetivas pendências, tudo relacionado a mão por ela na tarde e noite anterior, pois não havia registro nos parcos controles “for doss”. Minha pergunta: Vamos entregar? Preciso de 15 dias para colocar esse atraso em dia e durante esse período informarei o restante da carteira como ficará. Pediram uma cópia da lista e prometeram contato com os clientes para confirmar essa entrega. Questionaram se podiam continuar vendendo para entrega no ano e indaguei da funcionária como estava a carteira, a resposta veio rápida, está baixa, mas isto nada significa, pois a maior parte dos pedidos entram aos 47 do 2º tempo. Olhares de estranheza dos diretores e de indiferença do gerente comercial. Prometemos empenho e novas reuniões setoriais para a semana.

Retornamos á nossa fábrica e convoquei uma reunião com todos os coordenadores de área e chefes de setor. Mais de 40 pessoas estavam ali. Pessoas com muita vontade de realizar, carecendo de muita ajuda para transformar essa vontade em eficiência. Explanei rapidamente a Teoria das Restrições que pautariam nossa atividade a partir dali, entreguei uma folha em branco a todos e pedi que listassem os cinco piores problemas, que na opinião deles estavam prejudicando o desempenho do setor e que mais tarde iria analisar e ainda no dia voltaria ao assunto. Dei-lhes um tempo e as folhas começaram a retornar com nome do setor e da pessoa que escreveu. Percebi que em todos, embora em ordem de importância diferente, aparecia PCP, só então notei que ali não tinha ninguém deste setor e perguntei a assistente o porquê. Respondeu que meu pedido era para reunir coordenadores e chefes de nossa fábrica e o PCP era órgão corporativo e que precisaria pedir ao gerente da área, que indicaria um funcionário para dia e hora de conveniência deles a comparecer em nossa reunião. Silenciei e explanei nossa reunião com o comercial, e minha promessa. Que a partir daquela hora todo nosso esforço era para “pagar” os pedidos atrasados desde agosto e que este trabalho seria coordenado pela encarregada de informações sobre pedidos e pela programadora de corte. Ninguém mais de fora de nossa fábrica mudaria essa ordem. Percebi comentários satisfatórios a respeito, mas teve quem externasse preocupação com minha permanência na empresa.

Dispensei-os e voltamos para minha sala, a assistente e eu, para tabular os mais de 200 tópicos relacionados, tudo manualmente, pois o melhor que tínhamos na época era o “lotus 1,2,3” que nenhum dos dois dominávamos. Transcorreu muito tempo quando ela falou, temos exatamente 5 minutos para entrarmos no refeitório antes que feche, para organizar o almoço da próxima turma. Perguntei se ela tinha algum compromisso neste horário e convidei a levarmos a papelada para continuarmos discutindo e tentar concluir. Assim fizemos e fomos olhados com surpresa pelos presentes ainda no refeitório, mas nos mantivemos em nosso intuito. Retornamos e concluímos o trabalho. Falei que desejava montar um grupo de trabalho para tratar daquele assunto, mas que não conhecia bem o pessoal e precisava da ajuda dela. Comecei a descrever alguns dos presentes na reunião e ela os foi classificando e nomeando. Comecei por aquele que comentou sobre minha permanência na empresa, ela sorriu, e me ajudou. Relacionamos seis pessoas que pedi os convocassem, ali para minha sala mesmo. Logo que todos chegaram, expliquei que eles seriam responsáveis por me ajudar a aplicar a “Teoria das Restrições” em nossa fábrica. Entreguei uma cópia xerox da relação que acabamos de fazer, a cada um deles, e pedi análise dos tópicos criando uma ordem de prioridade considerando: 1) Entregar os pedidos atrasados. 2) Os tópicos mais fáceis de, com pequenas ações, tirar eles da lista de restrições e torná-los uma não restrição. Todos demonstraram grande interesse na realização do trabalho e sugeriram se reunir depois do expediente, para não comprometer seu cotidiano. Concordei e pedi para neste dia contemplar apenas a meta de entrega dos atrasados. Em outra reunião tratariam dos outros tópicos. Saíram entusiasmados. Estava me preparando para ir girar pela fábrica quando entrou na sala um senhor bem apessoado com roupas bem alinhadas, demonstrando ser funcionário de “ar condicionado” e apresentou-se como o gerente de PCP que estava viajando e que eu havia lhe lançado uma bola nas costas ao proibir meus funcionários a receber ordens dele ou de sua equipe. Que seu setor tinha autoridade sobre todas as unidades fabris e que ele não podia permitir isto. Convidei-o a sentar, me desculpei e lembrei que o tinha visto no hotel na noite anterior, e que tinha assumido um compromisso com o comercial e uma meta com nosso diretor, o lucro da empresa. Expliquei as ações que havia tomado e que estava pronto a reconsiderar se ele tivesse alguma contribuição que nos levasse mais facilmente ao nosso objetivo. Acalmou-se, desconversou e disse que eu estava no caminho certo, fazendo esse bando de acomodados trabalharem para dar resultado, mas que achava difícil conseguir cumprir minha promessa, colocou-se a disposição, mas frisou que pouco ficava na planta principal pois visitava todas as unidades e gastava mais tempo em deslocamento do que efetivamente trabalhando. Despediu-se e minha rotina de visita aos setores transcorreu até o fim do expediente.

CONTINUARÁ

2023 SEGUNDO OS MAIORES 50 EMPRESÁRIOS BRASILEIROS

2023 SEGUNDO OS MAIORES 50 EMPRESÁRIOS BRASILEIROS

Uma grande empresa de consultoria americana, com atuação mundial, realizou uma pesquisa com 1325 CEOs das maiores empresas mundiais, 50 deles do Brasil, sobre as tendências econômicas esperadas para o triênio 23/24/25. A filial brasileira dessa consultoria, apresentou em separado os resultados pesquisados no Brasil, do resto do mundo, concluindo que os empresários brasileiros estão mais otimistas que seus pares, principalmente os europeus e do resto do mundo. Acreditam os brasileiros na resiliência como principal comportamento, permitindo até um crescimento das vendas, principalmente das exportações, não só de comodities e do agronegócio, mas também de produtos industrializados, principalmente os manufaturados, (onde se encaixam os produtos têxteis e de confecção).

Contudo, a nível mundial, há duas preocupações comuns: Segurança Cibernética e ESG. A segurança de dados gerais das empresas, não só contra espiões, mas principalmente contra hackers e ESG que é a preocupação com o meio ambiente e o politicamente correto.

Ao trazermos tudo isso para nosso mundo têxtil, sabemos que porcentual relevante de nossas empresas ainda é pouco afeita ao mundo digital; outras, utilizam-se do básico: emissão de notas fiscais e dos boletos bancários, e guardam o servidor de backup na residência do acionista. Já o ESG é uma sigla que lhes parece grego, tão longe está de suas preocupações.

Os CEOs brasileiros, acreditam no aumento das exportações, inclusive de manufaturados. Sua empresa de confecção pode estar neste grupo, pois o apoio de órgãos governamentais facilita a entrada no mercado exterior. Mas sem uma política de ESG, nem tentar.

Nós da São Judas consultores, conhecemos bem o segmento de confecção e sabemos das dificuldades com que lutam para manter-se de pé, sem os modismos administrativos apregoados anteriormente, mas, sabemos que estes modismos, não aplicados, sufocam o crescimento e até a sobrevivência de nossas empresas.

Cada caso merece um estudo e uma aplicação que leve a empresa rumo a sustentabilidade. Os meios eletrônicos e redes sociais nos permitem trocar informações e realizar treinamentos de baixíssimo custo. Vamos conversar? Inicialmente por WhatsApp (13)98169-3040, depois, veremos como continuar.

Tadeu Bastos Gonçalves.

Rumo a Competitividade

É Comum atualmente, ouvirmos os empresários queixarem-se das adversidades econômicas, que desaceleram seu crescimento ou até mesmo fazem regredir sua atividade. Com as vendas difíceis, os preços de venda se reduzem, achatando as margens de ganho, quando há ganho.

Com você não deve ser muito diferente. Se estes exemplos não são de seus problemas, parabéns, pode deixar de ler este material, e candidatar-se a presidente da associação industrial, para transmitir suas técnicas aos colegas.

Como você continuou a ler, vamos sugerir algumas reflexões. Rememore quantas vezes nos últimos dez dias, você foi procurado por um de seus funcionários, pedindo solução para:

-O tecido que chegou mais estreito que o padrão.

-O tecido do lote urgente, do cliente especial, está manchado e o prazo para corte estourado.

-O aviamento foi tinto fora da tonalidade do tecido e não há prazo para reprocesso.

Enquanto rememora, o telefone toca, é o gerente de vendas reclamando que ainda não recebeu o mostruário das peças especiais, para a concorrência que vai salvar a empresa. Ainda com o fone no ouvido, recebe de sua assistente financeira, os extratos das contas bancárias, a relação dos pagamentos a serem efetuados no dia e a relação dos clientes em atraso. Mal humorado, desliga o telefone e sai para dar um passeio pela fábrica.

Ao entrar no almoxarifado depara-se com o pessoal descarregando tecido de tal forma, que rasga a embalagem e suja-o, além de empilhar de forma inadequada.  Para não se incomodar, demonstra que viu, mas não fala nada e segue adiante. Ao ver um risco de enfesto, pergunta-se  de que adiantou gastar cinqüenta mil dólares em um sistema computadorizado de encaixe, para fazer um risco com tantos buracos. Não se contém, chama o encarregado, manda parar o enfesto e refazer o risco. Segue para a costura onde percebe duas costureiras cortando fios de peças prontas, em frente a máquinas parcialmente desmontadas; o mecânico explica uma causa para quebra de dois loopers, e que o motorista já está chegando com as peças, pois fazia tempo que não quebravam e o comprador achou que não devia ter estoque. Cinco metros a frente, o chão ao redor da máquina que aplica viez tem mais retalhos que seu depósito de resíduos; a costureira explica que o viez está cortado irregular, e que não dobra certo, além de ter muitas emendas para uma área tão grande de aplicação. Na embalagem, encontra uma operadora “desembalando” peças, rasgando a embalagem plástica. São as ditas peças que receberão etiqueta do cliente. Vai até a expedição para ver como está o faturamento do dia, e encontra uma fila de caixas abertas, parcialmente cheias, e com uma cópia do pedido anexada. O encarregado explica: aqui falta a cor vermelha do produto “X”, porque a fita só chega amanhã; aqui e aqui, falta todo o produto “Y”, porque a mulher da oficina foi com o filho para o médico, e não entregou o lote; neste, são só aquelas peças que o Sr. viu na embalagem, para colocar etiqueta… Seu celular está tocando, é o motorista do caminhão de entregas dizendo que, infelizmente, não conseguiu chegar no horário ao depósito do magazine, a marginal…

O que está acontecendo com sua fábrica? Com seu pessoal? Problemas sempre existiram, dificuldades sempre acontecem, mas agora, parece que tudo resolve acontecer ao mesmo tempo, coisas tão banais, e seu pessoal não enxerga. O mesmo pessoal que está há anos na empresa, sempre tão eficientes, tão solícitos, tão prestativos. Pessoas que você tanto ajudou na vida particular, agora tornaram-se relapsos, desinteressados. Será que é hora de substituí-los?

É hora de motivá-los. É hora de treiná-los para o atual momento de competitividade. Você já investiu muito tempo e dinheiro neles. Eles conhecem sua empresa melhor que você, e são capaz de “tocá-la” sem você, mas se forem substituídos, a empresa sofrerá até que os substitutos conheçam todos os detalhes de sua operação, e do seu estilo de administrar. Quantas horas de treinamento foi oferecida a sua média chefia no último ano? E seus chefes e gerentes? O chão de fábrica recebe treinamento?

Tom Peters, que foi um dos gurus da administração atual, afirma que o ideal para uma organização, é obter a média de 20 horas/ano/funcionário em treinamento.

Por certo seus problemas não acabarão, mas seus funcionários passarão a agir como agentes previsores e solucionadores dos problemas da empresa, e não como meio de transporte até o chefe, para que ele resolva.

Com os funcionários preparados, trabalhando num time coeso, com objetivo definido, sua empresa estará no rumo da competitividade.

M E T A S (1)

Tenho recebido consultas sobre como determinar metas de produção e a fixação de valores para prêmio de produção. Muitos até me enviam dados de produtividade de suas empresas e relação de desempenho individual de seus funcionários, frisando que, apesar de tudo e dos prêmios que distribui aos funcionários, a empresa vai mal, os representantes e clientes reclamam que os preços estão altos, que as entregas estão atrasadas e os acionistas não sabem mais onde buscar dinheiro para cobrir as despesas.

Temos a dizer aos senhores empresários, que estão invertendo as ações e que estão partindo do fim para o começo.

Vamos mostrar a vocês como partir do começo para o final, com chances reais de reverter esse quadro de sangria nos recursos da empresa.

Começo com uma pergunta:

– Qual sua principal meta? A resposta parece óbvia, mas poucas pessoas acertam. A principal meta de qualquer empresa é o LUCRO.

Em nossa apostila sobre preço de venda ideal, explicamos como se chega ao lucro, e na planilha que realiza os cálculos deste preço, temos uma coluna cujo título é: LUCRO TEÓRICO.

Por que lucro teórico? Porque o lucro só ocorre depois que você consegue pagar todas as contas da empresa, aí sim, a sobra vira lucro.

Então, a principal meta de uma empresa, é saber quantas unidades de produto precisa vender para pagar as contas e ter lucro.

Traduzindo, precisamos conhecer o PONTO DE EQUILÍBRIO da empresa.

Parece fácil, e é. Desde que você disponha de informações para realizar os cálculos e obter a informação mais preciosa.

Nossa apostila também ensina como separar as contas de despesa e custeio, para determinar o CUSTO FIXO.

Esse dado, custo fixo, é facilmente encontrado nas empresas, pois advém de dados contábeis, que com mais ou menos esforço são informados pelo setor ou escritório de contabilidade. Na dúvida, nossa apostila/planilha mostra quais são as contas.

Outro dado importante é a MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO que cada produto traz para ajudar a pagar as contas. Não deve ser confundida com a margem de lucro. A margem de contribuição é um valor bem maior e quem trabalha com fichas ou planilhas de custo individual, possui essa informação, que também está presente em nossa apostila/planilha CUSTO IDEAL.

Essa MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO é o divisor do CUSTO FIXO e o resultado é o PONTO DE EQUILÍBRIO.

Vamos exemplificar. Uma empresa tem como custo fixo um valor de R$ 60.000,00. A média do preço de venda é de R$ 50,00 por unidade vendida, que trazem como margem de contribuição média R$ 15,00.

Ao dividirmos R$ 60.000,00/R$ 15,00, temos como resultado 4.000 unidades. Esse é o ponto de equilíbrio. Precisamos vender 4.000 unidades para pagar todas as contas.

O ponto de equilíbrio, é chamado no linguajar popular como “zero a zero”, porque só paga as contas, não traz o lucro que é a meta da empresa.

Temos então que encontrar a quantidade que possa nos dar um lucro além de pagar a conta. Uma boa margem de lucro a se desejar é de 15,0% do faturamento.

Usando os mesmos dados do exercício anterior, temos que:

4.000 unidades (ponto de equilíbrio) multiplicado pelo preço médio de R$ 50,00, temos um faturamento de R$ 200.000,00, que equivale a 85%. (100%-15% (margem de lucro) = 85% valor do ponto de equilíbrio). Logo, o faturamento esperado será de R$ 235.294,11, que no caso será o faturamento desejado para se ter um lucro de 15%.

Agora vamos finalmente saber qual será nossa meta em unidades.

R$ 235.294,11 (faturamento)/R$ 50,00 (preço médio unitário), teremos, 4.706 unidades.

Todo esse cálculo foi realizado pelo setor financeiro. Vamos agora mostrar essa quantidade para o setor comercial.

O gerente comercial diz, nosso mercado só absorve 3.800 unidades.

Este é um novo cenário, que ocorre com frequência nas empresas e abre inúmeras possibilidades e ações sobre as quais poderemos versar em outra oportunidade.

Vamos ficar com o número obtido de 4.706 unidades como meta para se obter uma margem de lucro de 15% sobre o faturamento.

Na próxima, falaremos sobre metas comerciais.

Locomotiva em Movimento

É inequívoco que a indústria automobilística é a locomotiva da economia brasileira. E ela está se movendo num movimento “retilíneo uniforme”. Os dados adiante, demonstram a evolução dos licenciamentos no primeiro quadrimestre do ano, comparando com o mesmo período do ano passado, mostrando um crescimento de 20% no acumulado.

JAN FEV MAR ABR
2.018 154.303 133.063 176.364 184.677
2.017 127.106 117.500 164.203 134.570

 

Fonte: Denatran

A cadeia de produção automobilística é vasta e os salários dos metalúrgicos estão entre os maiores do país. Por certo, o consumo promovido por esta classe de trabalhadores fomentará um circulo virtuoso com efeito dominó ao contrário, elevando a economia como um todo. A que se deve esse crescimento? Certamente a um mix de ações em desenvolvimento de produtos e marketing, apoiados pelo fomento financeiro com ampla oferta de crédito. Mas não iremos estudar a indústria automobilística, e sim, os efeitos deste crescimento em nossa economia.

O segmento Têxtil e de Confecções vem amargando uma estagnação desde 2.015; Parcela significativa de médias e pequenas empresas, investiram tudo que dispunham no desenvolvimento de novas coleções e em formas sutis de comercialização, mas os lojistas reticentes, reduziram volumes de compras, pois nosso inverno insiste em não se apresentar, mesmo assim, os confeccionistas estão na reta final de entregas e na apresentação da coleção de verão.

Qual a estratégia de comercialização dessa nova coleção? E qual o planejamento interno desenvolvido para dar suporte a esta comercialização?

O histórico de nossas empresas, ou de parte significativa delas, é de que se coloca uma coleção na praça e fica-se na torcida para que tudo dê certo e as vendas aconteçam.

Voltemos ao início de nosso relato. É assim que age a indústria automobilística? Com certeza, não.

Tudo, desde a pesquisa para lançamento de novos produtos é meticulosamente planejada, bem diferente de nossas estilistas e diretoras de criação, que quando encontram um tecido importado de bom apelo, carregam a quantidade de modelos que o utilizam e quando a fábrica vai as compras, o estoque do importador acabou e a venda, tão difícil, fica sem entrega.

Olhem para dentro de suas empresas. Com algumas variações, o cenário é semelhante.

Nossa indústria de confecção precisa aprender a planejar. O sucesso de uma coleção, começa de quatro a seis meses antes do primeiro croqui ser desenhado. O departamento financeiro precisa definir o volume financeiro que a empresa necessita para fazer frente as suas despesas, investimentos futuros e o lucro. Com base na informação financeira, o setor comercial traça sua estratégia e informa ao desenvolvimento o mix de produtos que precisa, o target de preços e o volume que venderá. A partir da informação comercial, o departamento industrial fara seu planejamento, definirá os volumes e os recursos necessários para cumprir os prazos de entrega; Já é possível então o financeiro planejar agora o fluxo de caixa para o capital de giro e apresentar aos acionistas os momentos de sufoco financeiro ou da necessidade de aporte de capital.

Pronto, a coleção pode ser criada, atendendo as especificações comerciais, mas, agora começa o planejamento de marketing, definindo os produtos que serão trabalhados, os meios a serem utilizados, as campanhas, os catálogos, enfim, tudo que se faz necessário.

Enquanto a coleção é gestada, o comercial afina o discurso com os representantes, o industrial ajusta o treinamento das equipes de produção, interna e ou externa, o financeiro orienta compras quanto a prazos e valores orçados para comprar.

A coleção ficou pronta. Convenção, muita festa, pompa e pronto. Pronto? Agora começa outro trabalho e muito importante. O acompanhamento do plano. Marcação cerrada e correção imediata dos desvios. Hora de medir a produtividade, de vendas, de fabricação, de faturamento, de cobrança. Vender, entregar, receber. Esse é o ciclo.

Os sinais de aquecimento da economia brasileira em 2.018, estão presentes. Sua empresa de confecção está preparada para aproveitar com sucesso esse momento?

O Mercado e o Lucro

O mercado de confecção no Brasil atual, vem caindo a números preocupantes. Os gestores das empresas industriais de confecção têm buscado soluções, mas sempre esbarram nas respostas de seus gerentes comerciais e representantes: O mercado está restritivo, as lojas não estão vendendo, e também não estão comprando. Na sequência, vem mais uma, os preços…
Lá dentro, você já fez de tudo, negociou tecidos, convenceu suas estilistas a serem racionais, conseguiu melhorar a produtividade, até alguns custos fixos foram reduzidos e, o pior, reduziu a margem de lucro. E o preço ainda está alto? O que fazer?
No artigo que indicamos para leitura, no link adiante, há uma frase que muito se aplica às nossas empresas. “As empresas sempre acham que vão sobreviver à crise e só buscam ajuda quando a situação está insustentável”, diz a advogada Juliana Bumachar.
É importante entender que a economia mundial mudou, como também mudaram as formas de se fazer negócio. O preço dos produtos, mais do que nunca, passa a ser um detalhe quando o produto em si se torna necessidade para o comprador. No nosso caso, precisa ser necessidade para o consumidor final, ficando o lojista apenas como intermediário, porém, é ele quem irá levar nosso produto àquele consumidor. Então, nosso produto precisa levar algo mais do que entregamos até hoje.
A economia brasileira ceifou vários clientes pela incapacidade de manutenção de seu negócio. Alguns novos têm surgido, mas perecem na aprovação de crédito. A maioria dos antigos clientes reduziram seu volume de compra.
Isso significa que, mantendo as condições atuais as empresas estão vendendo menos. Estão encolhendo.
A estas empresas, resta dois caminhos: Encontrar uma forma de aumentar suas vendas ou admitir o encolhimento e diminuir o tamanho da empresa.
Qualquer uma delas é de difícil aplicação. A primeira necessita de uma série de análises e tomadas de decisão estratégicas e até de pequenos investimentos, para oferecer boa probabilidade de acerto. A segunda, é cortar na carne. Também com muita análise decidir onde pode ser reduzido custo, para que a empresa atravesse estes tempos difíceis.
Podemos ajuda-los. Consulte-nos.
O link adiante oferece um artigo publicado no blog Indústria Têxtil e do Vestuário. Copie e cole no seu navegador.
http://textileindustry.ning.com/forum/topic/show?id=2370240%3ATopic%3A725556

Já Planejou 2.016

No início deste ano de 2.015, lançamos um artigo falando das dificuldades que o setor de confecções enfrentaria neste ano, pois o crescimento da economia brasileira seria de apenas 5%. Pois bem, erraram os prognósticos. Encolhemos quase 3%, isso driblou um grande vilão de 2.015, a falta de energia elétrica, que mandou aumentos insuportáveis em suas taxas.
Em conversas com empresários do setor e alguns clientes, este foi o pior ano de que recordam. Houve quem perdeu até 30% nas vendas, em comparação com 2.014 que já tinha sido ruim. Dívidas estão se acumulando.
Neste cenário dois de nossos clientes estão satisfeitos. Um deles teve crescimento de 0,08% ou praticamente manteve-se igual ao ano anterior. Outro teve pequeno crescimento de 2,0 %. Como estas empresas conseguiram isto? São muito pequenas onde qualquer ação dá excelente resultado? Tem um produto diferenciado de grande aceitação? Não. São empresas médias com produtos comuns de moda, faturando entre 20 e 50 milhões no ano. A diferença, é que eles trabalharam muito em estratégia.
No final de 2.014, quando todas as ações levaram a um crescimento pífio, perceberam que tinham que traçar novas estratégias para 2.015. Vários planos foram traçados, desde consulta a clientes até ações internas com funcionários, melhorando a produtividade e evitando demissões. Na área de produto, pesquisas com materiais de melhor custo, reavaliação dos processos com o mesmo objetivo e oferta de uma nova linha de produtos, com a mesma marca, porém, com preços mais atrativos. Aliado a isto uma nova força comercial foi colocada em campo, desbravando novos mercados e agindo de forma agressiva nos mercados consolidados.
O resultado, foi um crescimento de volume vendido próximo a 10% e crescimento financeiro entre 3 e 5%. Com as perdas normais de processo, o resultado final previsto para o DRE é o já colocado.
Análise de cenários, pesquisa de mercado, planos de ação, planejamento, acompanhamento. Foram estas as ações que levaram ao resultado.
Sua empresa também pode reverter ou melhorar acentuadamente o resultado para o ano de 2.016. Vamos dar um passo a passo:
1. Avalie detalhadamente o que ocorreu com as vendas em 2.015. Os clientes reduziram a quantidade comprada? Tiveram dificuldades com pagamentos? Seus representantes cobrem todos os mercados possíveis para seu produto? Quantos clientes novos foram abertos? Como é a ação de acompanhamento do seu setor comercial.
2. Avalie seu setor de desenvolvimento de produto. Quanto custa cada produto lançado? Quantos produtos lançados, sequer pagam o custo do desenvolvimento? Sua coleção poderia ter menos produtos e com melhor desempenho? O custo do desenvolvimento pode diminuir? O mostruário foi entregue na data marcada aos representantes?
3. Avalie seu setor de produção. As entregas foram feitas em dia na coleção atual e na anterior? A qualidade foi satisfatória? Os fornecedores mantiveram preços e garantiram entregas? Seus funcionários deram a produtividade esperada?
4. Avalie também o desempenho de seu setor financeiro. As metas estipuladas para vendas cobrem o custo operacional? Há rigidez no acompanhamento e controle do GGF (gastos gerais de fabricação)? Há um orçamento geral e controle orçamentário? A análise de crédito tem coibido a inadimplência?
Estas são ações básicas de administração que devem ser aplicadas em sua empresa. Das respostas a estas perguntas, deverá nascer um plano de ação para buscar o resultado.
Muito do que ocorre na economia brasileira, é fruto da inércia administrativa. Os boatos e verdades sobre a economia, fazem o empresário acreditar no pior e nada fazer para melhorar. Empreendedor é o que analisa e agride o mercado. Sua empresa chegou onde está por suas ações empreendedoras e isso não pode parar agora, quando uma situação adversa se avizinha.
Faça um relatório respondendo a todas as perguntas acima e envie para nosso e-mail, sjconsultores@sjconsultores.com.br, que responderemos com sugestões de ações a serem implantadas, no planejamento de ações para 2.016.

E. M. C. – VALORIZAR O SER HUMANO, DÁ LUCRO

A indústria de confecção do vestuário, no mundo e mesmo no Brasil, não tem sido um exemplo de valorização do ser humano. A esse respeito reproduzimos em nosso site um artigo internacional intitulado, MODA A QUALQUER CUSTO.

Mas aqui no Brasil e também no mundo, muitas empresas estão trabalhando no sentido oposto, embora ainda poucas no nosso segmento de confecção do vestuário, valorizando o capital humano.

Quando visitamos empresas ou em conversas com empresários deste setor, sempre ouvimos queixas das dificuldades encontradas em razão da falta de cooperação dos funcionários, da baixa produtividade, das exigências trabalhistas em segurança e higiene, das obrigações sociais em geral. A queixa maior recai sobre as costureiras, onde se concentra o maior grupo de mão de obra da fábrica e que, em razão da dificuldade crescente para contratá-las, os salários estão subindo.

As empresas organizadas do setor e aquelas que já alcançaram o status de grife poderiam crescer mais (mesmo com a crise) e se não o fazem é justamente por falta de costureiras. Algumas se servem de importação com sua marca, para poderem atender a demanda, mais do que na busca de preços competitivos.

Quem está investindo em costureiras no Brasil? Quantos jovens em busca do primeiro emprego são atraídos para os parcos cursos de treinamento oferecidos em algumas unidades do SENAI no Brasil? Há cursos que fecham com vagas, outros que nem são iniciados por falta do número mínimo de candidatos. Por quê? Por falta de salário atrativo. Vemos então salas de costura com faixa etária média de 35 anos, com máquinas equipadas com dispositivos ou comandos eletrônicos e digitais, que, quando são utilizadas, fazem apenas a operação de cortar fios, porque estes funcionários não são familiarizados com equipamentos digitais e tem dificuldade em aprender.

Perguntamos a estes empresários, quantas reuniões motivacionais seu RH realiza com as costureiras por mês? Como vocês medem o desempenho técnico e produtivo individual e de equipe? Qual programa de retenção de talentos aplica? Como são os níveis salariais no plano de cargos e salários? (este plano costumo chamar de CARAS E SALÁRIOS, pois é assim que se determina o valor do salário de costureiras).

Temos que começar a pensar, também na indústria de confecção do vestuário, qualquer que seja o tamanho, que sem as costureiras as empresas não sobrevivem, não crescem. As outras funções também são importantes, mas nelas é possível a utilização de máquinas automáticas, ou até robôs, necessitando apenas de operadores. Na costura, não. É manufatura. São pessoas orientando as máquinas, principalmente em moda feminina.

Qual curso técnico existe para formação de costureiras(os)? Para instrutores? Como se faz para obter mais produtividade das células de costura?

Quanto mais longe de São Paulo estejam as fábricas, menos técnica de trabalho são utilizadas. Posso afirmar isso porque conheço fábricas no Brasil inteiro. Claro, há empresas altamente desenvolvidas em todos os estados, mas as médias e pequenas, as facções, estão ainda na pré história. Mesmo no Rio de Janeiro, onde existe a melhor escola técnica do segmento, as empresas engatinham tecnicamente. Por quê?

Nestas mesmas empresas, de norte a sul, vemos costureiras que inventam suas ferramentas ou dispositivos auxiliares, com papelão, fita adesiva, clipe, uma infinidade de materiais, algumas vezes até reprimidas pela chefia, mas seus inventos não são aperfeiçoados, suas técnicas não são aproveitadas por outras operadoras, porque elas não são ouvidas.

Em todas as empresas que atuamos, sempre que reunimos grupos de costureiras para discutir problemas de qualidade ou de produtividade, fomos surpreendidos com sugestões aplicáveis às operações, com baixo ou nenhum custo adicional.

Este é o capital humano que precisamos em nossas empresas. Temos que captar estas contribuições e transformá-las em ganhos para a empresa e para os funcionários.

A melhor forma de fazer isto, é criando e disseminando a cultura colaborativa, através dos EMCs. Equipes de Melhoria Contínuas.

São grupos de cinco a sete pessoas da mesma área ou áreas afins, que desenvolvem voluntariamente atividades contínuas de melhoria e inovação. As características destes grupos são a voluntariedade, autonomia, continuidade, objetivo comum, respeito a individualidade, consenso, cooperação. Eles formam times com sinergia positiva, que por meio do esforço coordenado e voluntário, os torna apaixonados pelo que fazem.

É uma gestão sistêmica. As empresas nomeiam um gestor, normalmente da área de RH, que é treinado para disseminar a ideia dos EMCs, e a treinar os participantes em técnicas de reunião, metodologia de PDCA, Brainstorming, diagramas de causa e efeito, utilizados para gerenciar os projetos de melhoria e a medir os ganhos obtidos, sejam financeiros, sociais ou ambientais. Em uma média empresa de confecção, acompanhada em 2.008/09, o ganho financeiro dos projetos superou 200 mil reais em 12 meses, e a produtividade média aumentou em 20%, este o maior ganho. As equipes, claro também ganharam e esta é mais uma das atribuições do gestor: medir e pontuar os projetos para posterior recompensa. O absenteísmo e o turnover também reduziram, como efeito colateral.

A São Judas Consultoria, disponibiliza treinamento para gestores de EMCs, in company ou promovidos por instituições regionais, para potencializar o ganho com investimento em capital humano.

Tadeu Bastos Gonçalves

tadeu@sjconsultores.com.br

ENFIM, 2.015.

As férias terminaram, as grandes dificuldades de 2.014 ficaram para trás. Enfim, 2.015 se inicia, embora ainda antes do carnaval, que marca o início oficial dos negócios no Brasil. Mas o governo já está trabalhando firme, divulgando aumentos e negando dificuldades no fornecimento de energia elétrica e de água. Só aumentos de taxas e tributos.

Nossos economistas videntes, prenunciam um ano de dificuldades e ajustes para as empresas, dentro deste cenário, que prevê crescimento de 0,5% de nossa economia.

Temos clientes que dizem ficar satisfeitos se conseguirem este crescimento, pois vem de dois anos de redução. A estes mostro o exemplo de outros clientes, que tem crescido a taxas superiores a 10% todos os anos, inclusive 2.014.

Como explicar? Fácil, as dificuldades de uns, são as oportunidades de outros. Quem consegue enxergar oportunidades no mercado, e cria estratégias para aproveitá-las, está crescendo. Os que só enxergam as dificuldades e ficam nas lamentações, estão mergulhados em problemas.

Já mostramos várias vezes que uma das dificuldades de nosso segmento de confecção do vestuário, é a falta de costureiras, principalmente novas, para substituírem as que deixam o mercado, por mudança de profissão ou aposentadoria, além do desejado crescimento. Aqueles clientes que estão crescendo, superaram esta dificuldade com uma arrojada política de RH, que retém seus principais funcionários: As Costureiras.

Agora nos deparamos com outra dificuldade, que irá atingir o Brasil em geral, a falta de energia elétrica, pela falta de investimentos e cumprimentos de prazos dos investimentos em andamento, agravados pela crise hídrica.

Qual a saída? Às empresas grandes e algumas médias do setor, que possuem contratos de demanda fixa com as concessionárias e distribuidoras de energia podem preocupar-se menos, pois na maioria dos casos tem até multas previstas para quebra no fornecimento. E as médias e pequenas, que respondem por mais de 70% da produção de roupas no Brasil? Como garantir sua produção?

O que antes era apenas uma opção de redução de custo, passa agora a ser uma questão de estratégia: Facção.

Sim, pulverizar a produção em várias regiões diferentes de uma mesma cidade ou até em várias cidades diferentes, é uma das formas de driblar as quedas de energia que teremos ainda neste ano, ou a falta de costureiras, ou a falta de fidelidade de muitas facções.

Este é outro ponto importante, e que nos interessa focar: FIDELIDADE DAS FACÇÕES.

As empresas reclamam que por trinta centavos oferecidos por um concorrente, o faccionista deixa seu produto de lado, para fazer depois deste outro, provocando atraso na entrega. Ou ainda, entrega seu produto para uma equipe menos eficiente e menos habilitada, provocando dois desvios: atraso e quebra de qualidade, que por sua vez gera outros desvios: equipe interna para consertos e consequente aumento de custos.

Resumimos as necessidades estratégicas de 2.015 numa única palavra: INOVAÇÃO.

Esta deve ser a maior preocupação do empresário de confecção. Inovar sua empresa. Rever todos os conceitos, desde o produto, coleção, marketing, política de preços, políticas de comercialização, processos de fabricação, de compras, financeiros, políticas de RH. Verificar o que está dando certo para potencializar e o que não está, para concertar.

Quem já fez, ou está fazendo esta avaliação para melhorar a empresa, já está em OCEANO AZUL. Quem não acordou ainda, está em oceano turvo ou até mesmo em um OCEANO VERMELHO.

Para onde seu negócio irá em 2.015? A decisão é sua.

LUCRO, CUSTO E PRODUTIVIDADE.

O ano de 2.014 tem se mostrado particularmente difícil para as indústrias de confecção do vestuário. O lucro, algo que já era raro no segmento, este ano sumiu. Empresas que antes mantinham títulos a receber, em carteira, hoje estão com todos descontados, em bancos, ou pior, em agiotas. Como sobreviver?
Empresas só sobrevivem com lucro, pois, além de remunerar o capital aplicado no negócio, ou pagar dividendos aos acionistas, é preciso que parte dele seja reinvestido na empresa, para assegurar o crescimento e a sobrevivência. Como fazer isto se afirmamos acima que o lucro sumiu em 2.014? Calma, apesar da copa, ainda dá para salvar o ano com um bom trabalho na coleção verão. Ao final, os competentes sobrevivem. Quem são os competentes? São os que conseguem analisar a empresa frente a mercado, produto, preços, custos, produtividade e, quando não encontrarem solução sozinhos, pedir ajuda.
O mercado este ano está ruim, vendas mais baixas em média, porém, alguns estão vendendo o mesmo da coleção passada e outros ainda com crescimento de até 10% no volume vendido, enquanto a maioria, para vender menos que em coleções passadas, estão oferecendo descontos como atrativo comercial. Estes, infelizmente, podem acabar junto com 2.014.
Uma análise profunda no produto, é a primeira coisa a fazer. Ele está atendendo o mercado? Estou mantendo o DNA de minha empresa, aquilo que no passado me colocou aonde cheguei, permitindo ter lucro e alavancar o crescimento da empresa? Ou optei por despojar os produtos para oferecer preços menores?
Analisar os preços, também frente ao mercado e ao produto é o próximo passo. Lembrem-se, em tempos bicudos, reduz-se os ganhos, ou até o eliminamos. O pró-labore simbólico pode ser de grande ajuda. Analise os custos fixos, veja onde podem ser cortados. Uma empresa competitiva é aquela que para cada real gasto com mão de obra direta (quem realmente faz o produto seja interno ou externo) tenha entre oitenta centavos e um real de custo fixo. (o total das despesas fixas e salários indiretos, inclusive pró-labore e custo financeiro). Encontrei recentemente uma empresa em que este índice era de 2,35. O mercado não paga por sua ineficiência.
Conheça o PONTO DE EQUILÍBRIO de sua empresa, também chamado de ponto do zero a zero. Ou seja, quanto você precisa vender para pagar o custo fixo de sua empresa. Aqui reside uma grande parte dos problemas que citamos acima. Empresas desconhecem seu ponto de equilíbrio, as vendas estão em queda, reclama-se, demite-se alguns funcionários, as despesas continuam alta e as vendas não se recuperam para melhorar o equilíbrio.
Como fazer este cálculo? Simples, mas precisamos de algumas informações, e a primeira delas é a MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO. Chamamos atenção para a diferença entre: Margem de Contribuição e Margem de Lucro. Não são a mesma coisa, mas, nosso artigo é pequeno para explica-las. A partir da margem de contribuição de cada produto e da venda de cada um deles, podemos calcular o ponto de equilíbrio e, na maioria dos casos, encontramos aqui a responsabilidade pelas vicissitudes que enfrentamos. Ao fazer esta conta, descobrimos o quanto falta em nossas vendas para ZERAR a conta, quanto mais, para ter lucro.
Esse é o raciocínio que precisamos ter, e as informações das quais necessitamos para tomada de decisão. A partir do número que encontrarmos, vamos providenciar para que, as vendas, não só superem o ponto de equilíbrio, como nos traga algo mais, como o lucro.
O lucro, não vem só com as vendas, mas com uma produção certa, com qualidade e boa utilização dos recursos de produção, sejam de materiais ou de mão de obra. Tecnologia em máquinas e processos industriais, treinamento operacional e planejamento, completam as ações de melhoria da produtividade e redução de custos.
As dicas estão todas aí. Reúnam as informações e tomem suas decisões. Precisa de ajuda? Consulte-nos.