2023 SEGUNDO OS MAIORES 50 EMPRESÁRIOS BRASILEIROS

2023 SEGUNDO OS MAIORES 50 EMPRESÁRIOS BRASILEIROS

Uma grande empresa de consultoria americana, com atuação mundial, realizou uma pesquisa com 1325 CEOs das maiores empresas mundiais, 50 deles do Brasil, sobre as tendências econômicas esperadas para o triênio 23/24/25. A filial brasileira dessa consultoria, apresentou em separado os resultados pesquisados no Brasil, do resto do mundo, concluindo que os empresários brasileiros estão mais otimistas que seus pares, principalmente os europeus e do resto do mundo. Acreditam os brasileiros na resiliência como principal comportamento, permitindo até um crescimento das vendas, principalmente das exportações, não só de comodities e do agronegócio, mas também de produtos industrializados, principalmente os manufaturados, (onde se encaixam os produtos têxteis e de confecção).

Contudo, a nível mundial, há duas preocupações comuns: Segurança Cibernética e ESG. A segurança de dados gerais das empresas, não só contra espiões, mas principalmente contra hackers e ESG que é a preocupação com o meio ambiente e o politicamente correto.

Ao trazermos tudo isso para nosso mundo têxtil, sabemos que porcentual relevante de nossas empresas ainda é pouco afeita ao mundo digital; outras, utilizam-se do básico: emissão de notas fiscais e dos boletos bancários, e guardam o servidor de backup na residência do acionista. Já o ESG é uma sigla que lhes parece grego, tão longe está de suas preocupações.

Os CEOs brasileiros, acreditam no aumento das exportações, inclusive de manufaturados. Sua empresa de confecção pode estar neste grupo, pois o apoio de órgãos governamentais facilita a entrada no mercado exterior. Mas sem uma política de ESG, nem tentar.

Nós da São Judas consultores, conhecemos bem o segmento de confecção e sabemos das dificuldades com que lutam para manter-se de pé, sem os modismos administrativos apregoados anteriormente, mas, sabemos que estes modismos, não aplicados, sufocam o crescimento e até a sobrevivência de nossas empresas.

Cada caso merece um estudo e uma aplicação que leve a empresa rumo a sustentabilidade. Os meios eletrônicos e redes sociais nos permitem trocar informações e realizar treinamentos de baixíssimo custo. Vamos conversar? Inicialmente por WhatsApp (13)98169-3040, depois, veremos como continuar.

Tadeu Bastos Gonçalves.

SEWBOTS, LOWCOST, FAST FASHION OU MANUFATURA.

Desde que Vasco da Gama descobriu o “caminho das Índias”, o ocidente tem buscado mercadorias no oriente, seja pelo ineditismo ou pelo preço.
A indústria têxtil e de confecções encontrou por lá o preço baixo, lowcost, e por décadas transferiu suas indústrias manufatureiras para lá. Inicialmente, produtos básicos, logo depois a modinha.
Por aqui, ficou só o fast fashion, pois o tempo que decorria entre o desenvolvimento, aprovação, fechamento do negócio, produção e transporte marítimo excediam a volatilidade da moda. Claro, também ficaram as “grifes” ou as marcas que lançam moda e costumam distribuir seus produtos nos shoppings ou lojas próprias, embora essas também produzam parte de suas coleções no oriente.
E o que fica para produzir aqui, onde é fabricado?
Ainda restam poucos núcleos de produção regionais em vários estados brasileiros, onde a média etária das costureiras é de 40 anos. Algumas grandes empresas de material esportivo estabelecidas em regiões incentivadas, criaram seus próprios centros de treinamento e estão admitindo homens como costureiros. É uma tendência, mas que padroniza os produtos com acabamentos simplificados.
Sabidamente, as mulheres são mais detalhistas e habilidosas em atividades manuais, mesmo as que utilizam máquinas, mas, quem consegue atrair jovens mulheres para um trabalho exaustivo, poeirento e em ambiente geralmente quente, para ganhar salário mínimo e ganhar um premio de produtividade que consome o que lhe resta de energia?
Órgãos de fomento na formação de mão-de-obra utilizam técnicas de treinamento desenvolvidas na década de 70 do século passado e entregam costureiras que mal sabem onde e como ligar as máquinas industriais. Preferem treinar operadores para fabricação de equipamentos eletrônicos, muito solicitados pelo mercado e que oferecem melhores salários.
Há mais de 30 anos escrevi um artigo onde previa: “costureira, profissão em extinção”, publicado pela revista Costura Perfeita do Sr. Guiseppe Soma. De lá para cá, a situação só piorou. As costureiras habilidosas e com algum recurso, compraram máquinas e montaram facções, onde em razão de suas habilidades e de uma jornada de trabalho exaustiva, conseguiam aumentar seus rendimentos. Estas, conseguiram atrair suas filhas e algumas jovens vizinhas para aprenderem o ofício e darem sequência ao empreendimento. São as que tocam as facções atuais na grande Fortaleza, região de Maringá, Blumenau e Joinville, Divinópolis etc.
Esses empreendimentos sobreviverão? Alguns, talvez pelo desprendimento e vocação das titulares, outros por estarem num nicho de produto que remunera melhor o serviço.
Trocar um emprego em loja ou quiosque de shopping, com ar condicionado, uniforme bonito, celular disponível para contatar clientes (e seus amigos também) para ganhar a mesma coisa e só ver suas mensagens na hora do almoço ou do café? Nunca. Isso não é vida.
Quando questionamos a sobrevivência das facções, é porque seus tomadores de serviço, pequenas empresas de confecção com rentabilidade baixa ou nula, aviltam os preços que pagam, matando a galinha dos ovos de ouro.
Na outra ponta, estão as grandes redes de lojas aviltando os preços que pagam nas roupas a confeccionistas obrigados a cumprirem uma agenda fiscal e social que corroem seus lucros, e para mantê-los, subcontratam as facções da forma já explicada.
Como será a roupa do futuro?
A julgar pelo desenvolvimento dos “robôs de costura” ou sewbots, algo muito próximo de uma camiseta, t-shirts, e calças jeans, talvez com cores diferentes, os únicos produtos com demanda suficiente para justificarem o desenvolvimento destes postos de trabalho.
A moda básica, continuará a vir do oriente, até que por lá se criem sindicatos capaz de melhorar o salário dos costureiros e aumentarem o preço das roupas.
O fast fashion custará tão caro que passará a categoria de grife.
Os jovens, continuarão a disputarem seu primeiro emprego nas vagas que ofereçam oportunidade de trabalharem em ambiente bonito e agradável, preferencialmente onde possam usar seus celulares.

A Velocidade dos Lançamentos de Moda

A telenovela “Avenida Brasil”, estreou na segunda-feira 26/03/2012. No sábado 07/04/2012, exatos 12 dias depois, uma loja do Saara, o maior shopping a céu aberto da América Latina, exibia três looks da personagem Suelen, interpretada na novela por Ísis Valverde.

Em doze dias, conseguiram: copiar, modelar, buscar materiais similares e baratos, cortar, costurar e expor na loja esses looks, naturalmente com grade de tamanhos e uma quantidade mínima para atender a clientela que circula naquela feira. Naquela época, passei a usar esse exemplo de velocidade no lançamento, em palestras de consultorias em empresas clientes, confrontando com os seis a nove meses que um lançamento consumia para ser criado.

Essa agilidade, os clientes de confecção estão cobrando no atual modelo de consumo pós pandemia, principalmente nas lojas virtuais.

Sempre pregamos a “Engenharia Simultânea”, quando as áreas de criação, desenvolvimento e custos, trabalham como única equipe, eliminando a estática entre os departamentos e, com essa sinergia, reduzir o tempo total.

Conseguimos sensibilizar equipes em algumas empresas onde a gerência do estilo era uma das sócias da companhia, obtivemos resultados inicialmente tímidos, mas nas coleções subsequentes chegaram a 50% de redução no tempo. Em outras, a área de estilo não conseguiu acompanhar, pois sentia-se pressionada na hora de criar e precisava ajustar os protótipos a medida que iam sendo montados, ou seja, mudavam o projeto inicial por várias vezes, retornando para modelar, cortar ou substituir partes, materiais, etc.

Mesmo no primeiro caso, esse modelo não cabe mais e já há algum tempo o mercado também mudou a quantidade de modelos lançados e aumentando a quantidade de lançamentos.

O e-commerce ou lojas virtuais exigem lançamentos semanais ligados a moda do momento, o que também exige rapidez na criação e desenvolvimento. A engenharia simultânea é primordial aqui, onde precisa incluir mais uma equipe: marketing. Essa nova equipe será responsável por providenciar o material de apoio visual aos produtos, pois o lançamento também é virtual.

Os componentes dessa equipe precisam assimilar um novo comportamento: O Comprometimento. Egos devem ser desinflados, conhecimentos compartilhados, soluções encontradas visando o resultado da equipe e não buscar holofotes individuais.

Mas o mercado virtual faz uma outra exigência: entrega rápida.

A demora na entrega passa por uma variante que a empresa não domina, quando está fora de sua área física. O transporte. Então precisa estreitar o tempo entre o pedido e o embarque, variante essa totalmente gerenciada por ela. Isso em outros tempos era resolvido com estoque de produtos acabados. Agora proibitivo pela razão tradicional, o custo de armazenar, agregado a outro sazonal pandemia, falta de matéria prima.

Temos que chamar aqui o pessoal de produção, planejamento, compras. Mas não adianta entregar a eles um lançamento pronto. Eles precisam participar também do desenvolvimento, para que possam providenciar as necessidades futuras, sejam de materiais ou recursos.

Essa equipe também será agregada àquela da engenharia simultânea. Ela tem muito a colaborar, mostrando desde o estoque ocioso de materiais até a dificuldade para reposição em alguns fornecedores (estes também negociados para participarem de desenvolvimentos) principalmente os prestadores de serviço. Também os recursos internos ou externos para produzir devem ser cuidadosamente “dosados” e o PPCP sabe bem o que isso significa..

Assim, a equipe de criação monta coordenados que utilizem materiais disponíveis ou de fácil aquisição, custando valor adequado ao público alvo. Marketing ainda indicará um orçamento de vendas, com a expectativa de venda de cada modelo, para que o PCP e compras possam fazer um estoque básico de materiais ou fazer reserva com fornecedores, além de provisionar os recursos de produção.

Agora vamos quebrar um paradigma. O pessoal de fábrica sempre foi orientado para produzir quantidades grandes para obter ganhos de escala. Temos que mudar isso, visando o atendimento do cliente. Alguém no mundo da confecção citou um número cabalístico: Deve-se sempre produzir 300 peças ou então a empresa perde dinheiro. Vi empresas quebrarem por aplicarem este ensinamento, e ficarem com os estoques abarrotados de produtos sem venda.

Se os pedidos chegam pela internet diariamente, podemos fazer o fechamento diariamente e montar uma ordem de fabricação apenas com ajustes nos tamanhos para melhorar o aproveitamento dos tecidos, mesmo assim com criteriosa análise. Assim, o lote de produção fica pronto em dois ou três dias e pode ser despachado para o transportador e o cliente receberá em tempo record.

Assim, as empresas também poderão, em tempo record, colocar novidades na casa do cliente.

Análise de Conjuntura do Segmento Textil e de Confecções, pós Corona Vírus.

PESQUISA ABIT

A ABIT realizou em novembro 2.019 uma pesquisa entre 188 de seus associados, sendo que 73% deles estão nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais, cujos resultados comentamos adiante.

Temos a considerar que todas as respostas e expectativas futuras, foram dadas num ambiente antes da deflagração da pandemia da corona vírus. Do total, 70% eram de empresas têxteis e 30% de confecção.

No mês de novembro de 2.019, a produção nestas empresas, em média, foi 51% maior que em novembro de 2.018. Igual índice, 51% maior, foram as vendas no mesmo período. Já o nível de emprego foi 31% menor que no período anterior, o que elevou o índice de produtividade para 45% pois ao longo de 2.019 os investimentos foram 40%maior que no ano anterior. O nível dos estoques ao fim de novembro de 2.019 eram 51% menor que em 2,018.

Olhando o desempenho ao longo do ano de 2.019, a expectativa de vendas para os meses de janeiro e fevereiro de 2.020, era de 59% acima de novembro 2.018. Número semelhante, 57% era a expectativa de start para a produção de janeiro e fevereiro de 2.020. Nesse mesmo período, para fazer frente ao crescimento da produção, pensava-se em contratar mais 22% em mão-de-obra.

Os dados acima, por si podem orientar suas conclusões, mas iremos comentar mais adiante, quando os consolidarmos com os das pesquisas que realizamos diretamente, com três segmentos específicos: 18 empresários da área têxtil, produtores de fios e de tecidos de algodão; 21 empresários do segmento de confecção, em todas as áreas de produto (bebê, infantil, moda, jeans, uniformes, privat label) e com 44 lojistas de roupa infantil, na capital e no estado de São Paulo.

PESQUISA SÃO JUDAS CONSULTORES

Nossa pesquisa não tem um cunho científico, pois a realizamos com os contatos que auferimos ao longo de nossa atuação como consultor, sem considerar uma estratificação econômica e sociológica, mas reflete ações e comportamentos reais, neste difícil momento mundial.

TÊXTIL, FIOS E TECIDOS DE ALGODÃO

Os fabricantes de fios de algodão tiveram seu último faturamento em fevereiro. 100% das empresas estão paradas, sem produção, pois os pedidos em carteira foram suspensos. Estão com estoque de MP para dois meses em média e de produtos acabados para um mês. As vendas em janeiro e fevereiro vinham com bom desempenho, mas tudo parou no início de março e estão sem expectativas para o futuro. Os produtores de tecido de algodão, tanto em malharia como tecido plano tiveram janeiro e fevereiro normais, historicamente com vendas menores. As vendas programadas para março e abril estavam dentro da expectativa, com 5% de acréscimo frente a igual período do ano anterior, porém, 80% das entregas de março e até o momento 60% das entregas de abril foram suspensas. Estão mantendo contato com clientes para saber se irão receber os 40% restantes. A linha de jeans foi a que menos sofreu. Todos concordam que as metas para este ano não serão atingidas e, se perdurar a situação de isolamento social, o segmento não conseguirá sequer atingir o ponto de equilíbrio, pois, certamente terá que rever e reduzir custos internos para adequar os preços ao momento da recuperação.

SEGMENTO DE CONFECÇÃO

As empresas consultadas têm uma variação grande em produtos e as respostas e posicionamento são díspares. Vamos apresentar respostas chave de forma segmentada.

O grupo de empresas dedicadas a moda sempre prefere manter o sigilo sobre suas ações estratégicas, razão pela qual obtivemos apenas respostas evasivas, das que responderam. Não foi possível entender como estão em relação ao momento, vendas, produção, entregas. Aparentemente estão agindo normalmente no desenvolvimento de suas coleções e mantendo seus segmentos e o nível de seus produtos, entendendo que o nível de preços se manterá pois os consumidores recuperarão seu padrão financeiro após a crise. Ressentem-se, porém, com a falta de MP importada. As poucas importadoras que estão trabalhando não têm novidades e nem sabem dizer o que e quando chegará novas importações. Outra incógnita é de como e quando farão o lançamento de suas coleções, pois notícias sobre a duração da crise não são animadoras. O segmento de private label teve negociação direta com os clientes, concluindo os pedidos em andamento e parando por completo aguardando instruções para voltar as entregas e colocar em produção os pedidos suspensos. Preocupam-se, pois a maior parte destes pedidos são de produtos de inverno e a MP já está na fábrica e em alguns casos, até pagas. Seus clientes mantêm-se em silêncio e o futuro é incerto. As empresas que se dedicam a fabricação de uniformes, em várias partes do Brasil, mudaram seu perfil de produto para a área de saúde, fazendo os aventais, capotes e máscaras, principalmente, para a grande demanda. Ocorre que a grande maioria deste trabalho é doação à sociedade local. Apenas uma das consultadas incluiu os produtos em seu portfólio, mas os preços praticados pagam apenas os custos de produção. Também tiveram pedidos cancelados ou suspensos, por clientes ligados a grandes eventos de marketing ou esportivos. Estes acreditam que na retomada a demanda será superior a sua capacidade.

Todos, independente do segmento de produto afirmam que na retomada o mercado não continuará como era. As mudanças no modelo de negócios atropelarão as operações normais e pressionarão os preços para baixo.

LOJAS DE ROUPA INFANTIL

Este segmento está localizado 60% na cidade ou estado de São Paulo e o restante espalhados pelo Brasil, pois a maioria deles atuam tanto com lojas físicas como virtuais, trazendo uma boa estratificação social. Os que atuam apenas com lojas físicas, tiveram sua última venda em fevereiro, pois suas lojas estão fechadas. As vendas virtuais caíram 70% em média. Também caíram as visitas em seus sites e mais ainda a taxa de conversão de visitas em vendas. Os que interagem com clientes, relatam uma maior procura por preços e promoções, além de solicitarem aumento da quantidade de parcelas. Ninguém, porém, abre mão da qualidade. No interior, as lojas são ecléticas e além de roupas finas oferecem linhas básicas para uso no cotidiano, nicho que aumentou muito nas vendas virtuais, mas, mesmo nestes produtos há busca por novidades e qualidade.

CONCLUSÕES

O momento é crucial para toda a sociedade brasileira e nosso segmento econômico está nele inserido. Embora não tenhamos mencionado na apresentação segmentada, há uma grande preocupação na manutenção da mão-de-obra das empresas, pois são todos especializados, treinados e já tiveram investimento das empresas sobre eles, além claro, do aspecto social.

As empresas estão buscando alternativas para equilibrarem o lado financeiro e a manutenção dos empregos, pois estão todos sem faturar e assim, teriam que lançar mão de suas reservas (quando há). A ajuda oferecida pelo governo as pequenas e médias empresas será uma atenuante, mas, e as grandes? Uma fiação ou uma tecelagem estão neste porte e passam pelos mesmos problemas de caixa das pequenas.

Isso leva a todos preocuparem-se com o futuro e sabem que precisará ser diferente. Os sobreviventes sofrerão uma concorrência acirrada por seus pares e uma pressão de clientes por preços.

Há ainda muito espaço nas empresas para um enxugamento nos processos, sejam administrativos ou produtivos, melhorando grandemente a produtividade, reduzindo custos que devem servir para ofertar preços melhores aos clientes.

Desde a fabricação de fios, passando pelos tecidos e acabamentos e chegando as confecções o empreendedor terá que rever seu modelo de negócio e seu plano de produto. A ruptura gerada por essa crise acelerará a forma de criação, produção e comercialização que as empresas passarão a adotar. A flexibilidade passa a ser o comando das ações. O trabalho planejado, as metas fixadas, os controles de resultado, mas, principalmente, a entrega do bem ou serviço da forma e no prazo prometido. Prazo esse que não poderá mais ser de 120 dias para desenvolver, 60 para vender e 30/45 dias para entregar.

O mercado lojista, seja físico ou virtual, representa a vontade do consumidor final que virá com parcas reservas financeiras em busca de produtos diferenciados, inovadores, práticos e harmonizados com a moda e com o meio ambiente, porém, dentro de um preço acessível. Assim, os criadores terão que buscar novos materiais que lhes permitam desenvolver produtos inovadores, sem agredir o meio ambiente durante o processo de fabricação, que possam ser reciclados e reaproveitados para não agredir o meio ambiente também após seu descarte, tudo isso, a um preço acessível.

A forma de apresentar, o tempo para entregar, como receber pela venda, tudo precisa ser reavaliado, pois os processos terão que ser enxutos para custar menos. Nas fábricas de confecção é comum vermos empresas com poucas pessoas produzindo, porque terceirizam seus processos que demoram na entrega e ainda retornam para retrabalhar não conformidades. Controles mirabolantes utilizam pessoas que nada agregam ao produto, mas que custam.

Este momento de parada nas atividades e negócios, pode ser utilizado em pensar e planejar as mudanças que o futuro espera. Planejar. Desde o que será feito, passando pelo como fazer, por quem fará, quando deverá estar pronto, quanto irá custar o projeto até ser colocado em prática, como a empresa financiará esse investimento, como fará a distribuição, quanto terá que vender, onde irá produzir e como tratará os clientes no pós venda.

Isso, contudo, demanda tempo e as ações são emergenciais. È preciso dividir tudo em duas etapas. A primeira, emergencial, a segunda, um projeto futuro.

A etapa emergencial, deve abranger o momento atual, sem trabalho, com ociosidade, com inadimplência alta. O governo apresentou alternativas para não demitir. Aproveite. Reduza a jornada de trabalho e sua parte de salários, busque uma alternativa de geração de renda para pagar a parte dos salários que lhes cabe. Parcela grande de empresas, mudaram suas linhas de produção para fabricar equipamento de proteção individual para profissionais de saúde. Esta é uma saída. Há outras. Encontre a sua.

O projeto futuro, segunda etapa, já está delineado em parágrafos anteriores.

Quem chegar primeiro a fonte, tomará água fresca e limpa.

ENFIM, 2.015.

As férias terminaram, as grandes dificuldades de 2.014 ficaram para trás. Enfim, 2.015 se inicia, embora ainda antes do carnaval, que marca o início oficial dos negócios no Brasil. Mas o governo já está trabalhando firme, divulgando aumentos e negando dificuldades no fornecimento de energia elétrica e de água. Só aumentos de taxas e tributos.

Nossos economistas videntes, prenunciam um ano de dificuldades e ajustes para as empresas, dentro deste cenário, que prevê crescimento de 0,5% de nossa economia.

Temos clientes que dizem ficar satisfeitos se conseguirem este crescimento, pois vem de dois anos de redução. A estes mostro o exemplo de outros clientes, que tem crescido a taxas superiores a 10% todos os anos, inclusive 2.014.

Como explicar? Fácil, as dificuldades de uns, são as oportunidades de outros. Quem consegue enxergar oportunidades no mercado, e cria estratégias para aproveitá-las, está crescendo. Os que só enxergam as dificuldades e ficam nas lamentações, estão mergulhados em problemas.

Já mostramos várias vezes que uma das dificuldades de nosso segmento de confecção do vestuário, é a falta de costureiras, principalmente novas, para substituírem as que deixam o mercado, por mudança de profissão ou aposentadoria, além do desejado crescimento. Aqueles clientes que estão crescendo, superaram esta dificuldade com uma arrojada política de RH, que retém seus principais funcionários: As Costureiras.

Agora nos deparamos com outra dificuldade, que irá atingir o Brasil em geral, a falta de energia elétrica, pela falta de investimentos e cumprimentos de prazos dos investimentos em andamento, agravados pela crise hídrica.

Qual a saída? Às empresas grandes e algumas médias do setor, que possuem contratos de demanda fixa com as concessionárias e distribuidoras de energia podem preocupar-se menos, pois na maioria dos casos tem até multas previstas para quebra no fornecimento. E as médias e pequenas, que respondem por mais de 70% da produção de roupas no Brasil? Como garantir sua produção?

O que antes era apenas uma opção de redução de custo, passa agora a ser uma questão de estratégia: Facção.

Sim, pulverizar a produção em várias regiões diferentes de uma mesma cidade ou até em várias cidades diferentes, é uma das formas de driblar as quedas de energia que teremos ainda neste ano, ou a falta de costureiras, ou a falta de fidelidade de muitas facções.

Este é outro ponto importante, e que nos interessa focar: FIDELIDADE DAS FACÇÕES.

As empresas reclamam que por trinta centavos oferecidos por um concorrente, o faccionista deixa seu produto de lado, para fazer depois deste outro, provocando atraso na entrega. Ou ainda, entrega seu produto para uma equipe menos eficiente e menos habilitada, provocando dois desvios: atraso e quebra de qualidade, que por sua vez gera outros desvios: equipe interna para consertos e consequente aumento de custos.

Resumimos as necessidades estratégicas de 2.015 numa única palavra: INOVAÇÃO.

Esta deve ser a maior preocupação do empresário de confecção. Inovar sua empresa. Rever todos os conceitos, desde o produto, coleção, marketing, política de preços, políticas de comercialização, processos de fabricação, de compras, financeiros, políticas de RH. Verificar o que está dando certo para potencializar e o que não está, para concertar.

Quem já fez, ou está fazendo esta avaliação para melhorar a empresa, já está em OCEANO AZUL. Quem não acordou ainda, está em oceano turvo ou até mesmo em um OCEANO VERMELHO.

Para onde seu negócio irá em 2.015? A decisão é sua.